BIBLIOTECA IJEP - A PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: O MITO DE CASSANDRA E A IMPORTÂNCIA DO RETORNO AO SAGRADO FEMININO NO PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO DAS MULHERES
Informações
SHIRLEY DE MEDEIROS LOPES
Data publicação
14/12/2020
Hastags #PsicologiaAnalítica #Religião #Arquétipos #Deusa #SagradoFeminino #Mito
Resumo
Este trabalho monográfico foi realizado como requisito para obtenção do título de especialista. Seu conteúdo está protegido pela Lei de Direitos Autorais e sua reprodução, mesmo que parcial, deve ser acompanhada dos devidos créditos ao autor. A presente monografia aborda a importância dos aspectos religiosos na esfera da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung para a integração psíquica do indivíduo e seu autodesenvolvimento. A temática central do trabalho assenta-se sobre o crescente número de mulheres que vem procurando mitos, práticas e informações acerca de um princípio criador feminino, a Deusa arcaica, caracterizando assim um movimento intitulado como Sagrado Feminino. O objetivo foi analisar se esta busca sinalizava a necessidade da mulher contemporânea por conexão com símbolos religiosos e caminhos espirituais que ressoassem questões existenciais inerentes à psique feminina. Uma vez que é possível identificar a supremacia de um Deus masculino na maioria das religiões, principalmente as ocidentais, a hipótese de uma unilateralidade arquetípica embasaria a restrição de acesso a elementos da experiência feminina no sagrado e a lacuna de um universo mítico e práticas espirituais mais plenas de significância e integradoras para as mulheres. Para este estudo, foi aplicado o método dedutivo, utilizando a pesquisa bibliográfica. A partir da análise do Mito de Cassandra e seu contexto histórico e mítico, pretendeu-se estabelecer um diálogo entre a desqualificação da polaridade feminina na esfera religiosa e social, e a importância dentro da visão analítica de
uma expressão arquetípica que oriente e integre as mulheres a partir de expressões simbólicas que sejam referências para a condição feminina. As informações consultadas revelaram que, após séculos da ausência da Deusa como face feminina no sagrado, surge um movimento enantiodrâmico na ressignificação de seus mitos, práticas e ritos que acolhem a existência feminina em sua inteireza, como os processos iniciáticos inerentes à mulher e ao seu corpo, as relações femininas e o papel de sacerdotisa. Um caminho de reintegração ao sagrado que se mostrou fundamental para a jornada de individuação das mulheres. Este resgate é um movimento que restitui os valores femininos também no coletivo, podendo contribuir para mudanças positivas tanto na forma como os indivíduos se relacionam com o sagrado, quanto entre si e com a natureza.