BIBLIOTECA IJEP - FILOSOFIA TRADICIONAL CHINESA E PSICOLOGIA ANALÍTICA: O PA KUA E A TIPOLOGIA JUNGUIANA


Informações

Autor(a)

JOSÉ LUIZ BALESTRINI JUNIOR


Data publicação

14/09/2021


Baixar arquivo PDF


Hastags #PSICOLOGIA #FILOSOFIA ORIENTAL #TIPOLOGIA
Resumo

O objetivo principal do presente trabalho monográfico é fazer uma aproximação do
simbolismo da mandala chinesa conhecida como Pa Kua e a tipologia psicológica proposta
por C. G. Jung. Para cumprir essa tarefa também é necessário explorar alguns conceitos
importantes da teoria junguiana, assim como ideias fundamentais da filosofia chinesa,
principalmente da escola do pensamento taoísta. O Pa Kua é um dos mais conhecidos
oráculos do oriente e base para o surgimento do I Ching. É comumente utilizado apenas como
técnica mântica que pode servir para a busca de respostas que levem a uma harmonização dos
fenômenos da vida. Porém, por trás de sua função divinatória, encontramos uma mandala que
esconde em seus trigramas significados profundos. Assim como o entendimento de seus
símbolos pode levar a uma conscientização de conteúdos encobertos da psique, o estudo
comparativo dos oito trigramas que a formam, com os tipos psicológicos da teoria junguiana
pode trazer conhecimentos que podem ser utilizados na prática clínica. Mesmo para aqueles
que não estão procurando ferramentas terapêuticas, a compreensão da dinâmica de
funcionamento das mutações pode influenciar na maneira como estabelecemos relações com 
os mundos externo e interno. A partir dessa ideia, uma análise detalhada de cada um dos oito 
trigramas foi feita, assim como sua aproximação dos oito tipos psicológicos básicos propostos
por Jung. Durante o desenvolvimento do trabalho percebemos que estamos caminhando numa
via de mão dupla. Enquanto a teoria junguiana nos ajuda a entender teoricamente o rico
simbolismo da filosofia tradicional chinesa, esta, por sua vez, concede dimensão metafórica
aos conceitos criados e desenvolvidos por Jung. Assim como as ideias junguianas, a filosofia
oriental convoca o indivíduo para a experiência, seja ela meditativa ou contemplativa. Isso
mostra a importância da práxis para o verdadeiro entendimento dos conceitos. Quando nos
dispomos a exercer verdadeiramente nossa capacidade filosófica, precisamos estar preparados
para o fato de que somente ampliar é possível; isso acontece claramente com o tema proposto
nesse trabalho. Por mais que nossa tendência e desejo seja de concluir, encerrar ou reduzir os
fenômenos a explicações racionais, percebemos que isso se mostra uma tarefa impossível e
acabamos naturalmente abrindo, ampliando e questionando cada vez mais; esse movimento é
a marca da vida simbólica proposta por Jung e pela filosofia taoista. Na busca pelo processo
de individuação é preciso aceitar e viver o paradoxo. Encontramos essa ideia fundamental
tanto em Jung quanto no estudo do Tao.