BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: A RELEGAÇÃO DO FEMININO À SOMBRA DESDE A OPRESSÃO DAS SOCIEDADES MATRILINEARES PELO PATRIARCADO
Informações
ANA BEATRIZ PETRINI GONÇALVES
Data publicação
06/08/2022
Hastags #Feminino# #Deusa# #Sombra# #Sociedades Matrilineares# #Sociedade Patriarcal# #Masculino# #Inconsciente# #Consciente#
Resumo
Este trabalho busca investigar por que o feminino passou a ser visto como sombra após a
transição das sociedades matrilineares para a sociedade patriarcal. Para tanto, faz-se a análise
dos aspectos psicológicos do feminino e do masculino na sociedade dentro da perspectiva de
Jung, onde um acaba ficando em oposição ao outro. O masculino na luz do consciente e o
feminino no inconsciente relegado à sombra. Para mostrar como o feminino está relegado à
sombra, se apresenta ao longo do trabalho aspectos do feminino sombrio e de que forma eles
estão presentes nas narrativas mitológicas, como no mito de Lilith. O referido projeto também
examina como se deu a transição das sociedades matrilineares para a sociedade patriarcal e de
que forma isso relegou o feminino à sombra. O embasamento metodológico se dá em
referenciais teóricos de livros já publicados que se relacionam diretamente com o objeto de
estudo, com os principais conceitos teóricos presentes na obra de Carl Gustav Jung, com
destaque para os aspectos psicológicos femininos e da sua relegação à sombra. Além disso, são
apresentadas evidências arqueológicas e históricas presentes em bibliografia de referência para
embasar a hipótese levantada neste referido projeto. Diante dos conteúdos explicitados, é
possível observar que o modelo dominador de organização social do patriarcado, com estrutura
hierárquica e autoritária, foi instaurado a partir da lâmina da espada. Registros do Paleolítico e
do Neolítico que vieram à luz em diferentes momentos mostram indícios de sociedades
matrilineares, de sociedades agrícolas antigas onde a Deusa era cultuada e as mulheres tinham
papel de destaque. Porém, para que as sociedades patriarcais fossem instituídas foi necessário
relegar o feminino à sombra, assim como o culto à Deusa, que foi sendo substituída aos poucos
por deuses masculinos. O medo do feminino e de seu caráter transformador, do inconsciente,
do instinto, fizeram com que tudo isso fosse rejeitado e visto como negativo e assim
permanecem até os dias de hoje.