BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: NATUREZA E FUNÇÃO DOS SONHOS, UM DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA ANALÍTICA E AS NEUROCIÊNCIAS


Informações

Autor(a)

CINTIA MARIA BORDWELL DA SILVA


Data publicação

15/11/2021


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Resumo

RESUMO 
Os sonhos possuem relevante valor terapêutico, pois trazem em si a capacidade de
revelar aspectos da estrutura psíquica do sonhador, favorecer a adaptação ao seu meio
interno e externo e serem parte ativa no processamento das experiências emocionais.
Todas essas características foram reconhecidas por Carl Gustav Jung na primeira metade
do século XX e fazem parte de sua teoria sobre o psiquismo humano. Desde então,
passadas várias décadas, durante as quais vivenciamos uma revolução tecnológica, é
provável que determinados achados em experimentos neurocientíficos possuam o
potencial para promover um diálogo interessante entre a Psicologia Analítica e as
neurociências, considerando os aspectos psicofísicos da gênese e função do material
onírico. Assim sendo, o objetivo do presente estudo foi relacionar a possível existência de
convergências entre os conceitos sobre a natureza e função dos sonhos da Psicologia
Analítica em relação a achados das neurociências. A metodologia utilizada foi do tipo
bibliográfico e a pesquisa foi realizada através de textos escritos por Jung. Em seguida,
foram selecionados livros e artigos científicos publicados por autores contemporâneos
que apresentam estudos neurocientíficos considerando-se a temática do sono e sonhos.
Os resultados indicaram convergências relevantes entre as duas abordagens, como o
reconhecimento que o material onírico possui significado para o sonhador, está
intimamente relacionado à vida do indivíduo e participa na elaboração de suas
experiências emocionais. Além disso, mostraram-se convergentes: a função prospectiva
do sonho, na qual há produção de soluções criativas e de aprendizagem na tentativa de
resolução de conflitos; a impossibilidade da existência do conteúdo latente no material
onírico; a aproximação do sonhar e do imaginar, sendo o sonho considerado uma
“imaginação poderosa”, possuindo capacidade de auxiliar nos processos de
transformação e aprendizagem ao promover a neuroplasticidade; e o reconhecimento de
dois tipos de processamento mental, um mais primitivo, emocional e instintivo que se
expressa através de imagens, e outro responsável pelo pensamento racional. Desta
forma, a presente pesquisa  procurou enfatizar a importância da utilização da análise dos
sonhos como ferramenta psicoterapêutica; a necessidade de um profundo preparo por
parte do analista ou psicólogo para desenvolver uma melhor capacidade de análise do
material onírico; e enfatizar a necessidade de maiores estudos sobre o inconsciente e
seus produtos, visando a promoção de uma melhor qualidade de vida para as pessoas
que procuram a psicoterapia.