BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: O ANALISTA JUNGUIANO COMO O CURADOR FERIDO SIMBOLIZADO POR QUÍRON
Informações
ADOLFO DE VASCONCELOS FARJALLA
Data publicação
01/11/2021
Hastags #mitologia #arquétipos #simbologia
Resumo
RESUMO
Esta pesquisa aborda o mito do Centauro Quíron; o Curador Ferido; na visão
da Psicologia de C. G. Jung. A partir dos conceitos junguianos e do mito citado,
investiga a eclosão do arquétipo do curador ferido no analista. Tem o objetivo mor de
constatar e caracterizar o papel de curador ferido exercido pelo terapeuta. Faz um
breve estudo da mitologia grega, explicita como essa se relaciona com a psicologia
junguiana e destaca o movimento do inconsciente que traz à tona experiências
potenciais arquetípicas, explicando que os mitos são uma expressão dos arquétipos.
Segue expondo o mito de Quíron e como ocorre a constelação do arquétipo no
analista. Tal processo desafia o terapeuta a lidar com suas obscuridades
inconscientes, enfrentando seus aspectos de autoridade, desejo de influenciar, poder
e saber diante de si e de seus pacientes. Além disso, como curador ferido, o analista
deve lidar com suas feridas diante das expectativas criadas por ele próprio e pelos
outros. Nessa situação, precisa ter cuidado para não absorver como reais certas
expectativas, passando a crer que, de fato, é alguém muito mais sábio que os demais.
Deve reconhecer sua humanidade e suas limitações, explicitando-as sinceramente e
submetendo-se ao seu processo de análise. Uma vez aberto a aceitar suas questões,
constata que esse conteúdo enseja maior capacidade de assimilar as questões dos
analisandos e chances de mais empatia e aproximação com seus pacientes em
análise. Se o analista não busca esse autoconhecimento, há risco de prejuízo e até
paralisia do trabalho com os pacientes. O fato é que o profissional também está “em
análise” e no seu trabalho, seu sistema psíquico e o do analisando estão em interação,
atuando um no outro. Em um encontro genuíno os envolvidos devem ver-se como de
fato são, aceitando as falhas como um traço humano a enriquecer o processo. Ao
considerar o analista como curador ferido, fica clara a compatibilidade entre a
presença de suas feridas e a evolução natural, eficiente e simultânea do processo
terapêutico. Este trabalho então, configura-se como um estudo do analista,
humanizado pela manifestação do arquétipo do curador ferido, retratado em Quíron.