BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: O FIO COMO SÍMBOLO NO DESTECER E TECER DE ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO


Informações

Autor(a)

PATRÍCIA DE ARAÚJO CALDEIRA BRITO


Data publicação

27/08/2022


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Resumo

Esta pesquisa aborda, sob o prisma da psicologia junguiana, os aspectos simbólicos
que existem em comum na obra de Arthur Bispo do Rosário e na história da
personagem mitológica Penélope, da Odisseia de Homero. Arthur Bispo do Rosário
foi um paciente psiquiátrico que ficou internado na Colônia Juliano Moreira,
manicômio localizado no subúrbio do Rio de Janeiro, por cerca de cinquenta anos,
de 1938 a 1989, quando faleceu. Num ambiente degradante e caracterizado por
muitas mazelas, ele conseguiu produzir e preservar uma vasta obra de arte de forte
conteúdo mitológico, composta principalmente de elementos encontrados no
ambiente do hospício, com especial destaque para o fio azul, obtido a partir dos
uniformes da instituição. Hoje, ele é considerado uma referência na arte
contemporânea e na luta antimanicomial brasileiras. Penélope foi a rainha de Ítaca
que, diante da presumida morte de seu marido Ulisses e da pressão para que se
casasse novamente, passou a tecer e destecer a fim de ganhar tempo e despistar
os pretendentes de depredavam seu patrimônio. A partir dos conceitos de
consciente, inconsciente individual, inconsciente coletivo e das imagens arquetípicas
que podem ser observadas nos motivos mitológicos, tal como preconizado pela
psicologia junguiana, explicita-se os pontos de encontro entre o destecer da
mortalha de Laertes e o desfiar dos uniformes da Colônia Juliano Moreira, buscando
uma reflexão sobre o que eles podem ensinar e inspirar.