BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE: OS GRANDES JORNAIS BRASILEIROS COMO BODES EXPIATÓRIOS DA SIMBIOSE ENTRE “PROFETAS” DA POLÍTICA E SEUS SEGUIDORES
Informações
RODRIGO LEDO NOGUEIRA ALVES
Data publicação
13/08/2022
Hastags #bode expiatório# #política# #jornais# #psicologia analítica# #psique coletiva#
Resumo
Esta monografia analisa o fenômeno da violência física e simbólica cometidas
contra os grandes jornais brasileiros (O Globo, Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo)
por grupos políticos – enquadrando os líderes e seus seguidores naquilo que Carl
Gustav Jung chamou de simbiose entre “profetas” e “discípulos”. A expressão “bode
expiatório”, aplicada aos jornais, remete ao arquétipo do rito sacrificial da Antiguidade,
em que os algozes sentiam culpa ao confrontarem-se com seus pecados e intentavam
(com pensamento mágico) transferir o mal para uma vítima. Na contemporaneidade,
a culpa dos profetas políticos se reveste de duas “camadas”: atos imorais tornados
públicos pela imprensa; e a desconexão com suas naturezas psíquicas íntimas e
profundas, pois atingiram o status de profeta ao se identificarem com os altos padrões
morais da psique coletiva. Já os seguidores, também esmagados pela psique coletiva
e com atributos da própria personalidade reprimidos, aderem à dinâmica pelo
fenômeno psíquico inconsciente da transferência. No Brasil, a relação entre o
presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus seguidores teve como subproduto a
violência sistemática contra os grandes jornais. Os jornalistas inconscientemente
encarnaram o bode expiatório por seus próprios pecados – atuarem identificados com
a psique coletiva, sob a persona de patrulhadores da moral e apontadores dos desvios
alheios. Todo o quadro social abordado no trabalho remete à dificuldade de
desenvolvimento social e individual na realidade brasileira.