BIBLIOTECA IJEP - PSICOLOGIA JUNGUIANA NA CONTEMPORANEIDADE UMA APROXIMAÇÃO ENTRE SEICHO-NO-IE E A PSICOLOGIA JUNGUIANA SOBRE O CONCEITO DE DEUS
Informações
MILTON KAZUO NORIMATSU
Data publicação
20/11/2021
Hastags #jung #sicho-no-ie #espiritualidade
Resumo
Esta monografia tem por objetivo uma aproximação entre a Seicho-no-Ie e a psicologia
junguiana sobre o conceito de Deus. Complementarmente a essa aproximação, verificará
também algumas possibilidades de cooperação entre elas. Inicialmente, haverá uma exposição
do conceito de Deus à luz da psicologia analítica. Conceitos como ego, sombra, sizígia: anima
e animus foram abordados porque o processo de individuação que leva ao conhecimento do
arquétipo da totalidade pressupõe uma relação ordenada desses conceitos. Jung constatou
empiricamente que o arquétipo da totalidade coincide com a imagem de Deus em nós. Foi
assinalado que o conceito de Deus sofre mudanças ao longo do tempo e, de forma resumida,
essa evolução foi exposta. Em seguida, foi apresentado o conceito de Deus na visão da Seichono-Ie.
A
biografia
de
seu
fundador
revela
como
as
reflexões
sobre
o
tema
da
salvação
evoluíram
até
resultar na Seicho-no-Ie. Encontrou o Deus que poderia chamar de salvador quando o
separou do Criador do mundo fenomênico, que por sua instabilidade, ora manifestando o bem,
ora o mal, não podia ser considerado salvador, por não despertar a confiança do ser humano. O
Deus que poderia ser chamado de salvador deu base à Verdade Vertical: existem somente Deus
e a Imagem Verdadeira. O Criador do mundo fenomênico deu base à Verdade Horizontal: este
mundo é projeção da mente. Juntamente com a verdade de que todas as religiões emanam de
um único Deus universal, a Verdade Vertical e a Verdade Horizontal formam a base doutrinária
da Seicho-no-Ie. Colocados os conceitos de um lado e de outro examinamos se há contradição
entre a Seicho-no-Ie que sustenta a existência única do Bem (corolário da Verdade Vertical) e
a psicologia junguiana que afirma ser Deus a unificação dos opostos (o que inclui o bem e o
mal). Conclui-se que não há contradição, pois a afirmação da Seicho-no-Ie de que somente
existe o bem se dá no plano metafísico, plano em que a psicologia junguiana não atua. Jung foi
um empírico e suas críticas são feitas nesse plano. Logo, onde não há crítica não há contradição.
Mas ainda resta uma possibilidade de aproximação: quando constatamos a similitude entre a
Verdade Horizontal da Seicho-no-Ie e o conceito de Deus construído por Jung. A primeira
estatui que o bem e o mal se manifestam de acordo com a atitude mental do indivíduo. Deus,
na ótica junguiana, que unifica os opostos, também concede o bem e o mal. Esse é ponto de
convergência. Complementarmente, verificamos algumas possibilidades de cooperação, diante
das novas orientações que a Seicho-no-Ie vem empregando, com o objetivo de responder aos
desafios da atualidade.